História

  • O Instituto

  • O Instituto de Menores Dom Nery foi fundado em 29 de janeiro de 1933 com o nome de Associação de Assistência e Proteção aos Menores. Surgiu de um movimento de conceituadas famílias campineiras, orientado pelo Juiz de Menores de Campinas, Dr. Vasco J. Smith de Vasconcelos. É importante verificar, desde o primeiro dia de vida da associação, a presença ilustre da D. Nair Valente da Cunha, como presidente da associação. Na Assembleia Geral de 1967 foi homenageada como Presidente de Honra da Associação.

    A associação ainda não tinha sede própria em 1947. Foi nesta ocasião que a benemérita senhora Helena de Campos Silveira doou à Diocese de Campinas uma elevada importância em dinheiro, destinada a uma instituição católica que cuidasse de crianças abandonadas. Dom Paulo de Tarso Campos, bispo Diocesano, adquiriu com este dinheiro uma área com cerca de 26.000 metros e ali iniciou a construção da entidade prevista pela doadora.

    Como já existia em Campinas uma instituição católica com os mesmos fins, resolveu doar o terreno e as melhorias a essa instituição. Em 26 de dezembro de 1947, a associação recebeu a doação do imóvel em que está instalada até hoje. O nome do Instituto de Menores Dom Nery foi conferido à Associação por ocasião da Assembleia geral realizada em 22 de janeiro de 1975. O Instituto atendeu – em regime de abrigo – adolescentes do sexo masculino na faixa etária de 10 aos 18 anos e no semi–abrigo, adolescentes de 10 aos 14 anos. Em agosto de 1994, os adolescentes do abrigo foram transferidos para a Cidade dos Meninos e o Instituto deu continuidade ao atendimento do semi-abrigo com crianças de 07 aos 14 anos.

     

    Em 1995, deu-se início ao atendimento de 30 crianças, de ambos os sexos, na faixa etária de 06 a 10 anos, em período integral e meio aberto. Em 2004, foi alterado o nome da entidade, ou seja, de Instituto de Menores Dom Nery para Instituto Dom Nery, em razão da mudança de atendimento da faixa etária.

    Em 2007, passou a atender crianças a partir de 03 anos completos a 05 anos e 11 meses, em razão das alterações da LDB e escola de 9 anos. Em 2010, o Instituto Dom Nery passou a atuar no segmento da Educação Infantil, deixando de atender crianças de 07 a 10 anos no atendimento complementar. Até 2016, o Instituto Dom Nery atendeu 150 crianças de 03 à 05 anos e 11 meses.

    Em 2017, o Instituto Dom Nery passou atender 180 crianças de 03 à 05 anos e 11 meses, somente no segmento de Educação Infantil. A partir de 2019, o Instituto Dom Nery passou a atender 210 crianças de 03 à 05 anos e 11 meses, somente no segmento de Educação Infantil. A Entidade está localizada na região Leste de Campinas, entre vários bairros nobres como: Cambuí, Taquaral e Alto Taquaral.

    Apesar de estar localizada em área nobre pode-se observar nesta mesma região o contraste social apresentado pelas áreas de ocupação, onde existem várias casas de fundo alugadas com predominância de moradias em barracos. O público atendido na Entidade reside no Residencial Novo Guaraçaí, Taquaral, Vila Nogueira, Parque São Quirino, 31 de Março, Jardim Santana, Chácara da Barra, Parque Brasília, Jardim Bela Vista, Jardim Nilópolis, Gênesis, Flamboyant, etc.

    Esses bairros localizam-se numa área de grande concentração populacional de famílias de baixa renda, atingindo em média 19.847 mil habitantes. Esses moradores, em sua maioria, são procedentes do sul de Minas, Paraná e Região Norte que vem para Campinas para tentar uma vida melhor. São bairros compostos por pessoas idosas, que passam de geração em geração. A família é composta por 4 a 5 pessoas com renda per capita menor que um salário mínimo mês e 70% das famílias se constitui de pais e mães, casados ou tipo união estável, eventualmente tios, primos, avós e agregados.

    O tipo de moradia que habitam, na maioria quando não são alugadas, são cedidas ou invadidas sem qualquer tipo de infraestrutura do bairro. A realidade da Entidade engloba pais com: falta de profissionalização, baixo nível educacional, desemprego, analfabetismo e doenças endêmicas ocasionadas pelas péssimas condições de moradia. Os pais trabalham como auxiliares de produção, pintores ou ajudantes de serviços gerais, e uma parcela na economia informal.

    As mães geralmente trabalham como domésticas, manicures, auxiliares de cozinha e faxineiras em casas de famílias, restaurantes e em comércios de pequeno porte. As crianças que não residem nas proximidades frequentam a Unidade Educacional em razão de seus pais ou responsáveis trabalharem nos bairros circunvizinhos da Unidade Educacional. Permanecem, portanto, na Unidade Educacional por período integral, enquanto seus pais ou responsáveis estão em período de trabalho. São crianças na faixa etária de 3 a 5 anos e onze meses, que necessitam de ampliação de repertório, noções básicas de higiene, garantia de tempo para brincarem e repousarem e que se alimentam com orientação nutricional. Necessitam, ainda, de investimento educacional a fim de desenvolver suas habilidades motoras, sensoriais, afetivas, de orientação espaço-temporal, de raciocínio lógico-matemático, de linguagem oral e escrita, de criatividade, sociabilidade, de forma a irem preparados e estimulados para os estudos na escola regular da rede pública municipal de Campinas. Muitos são filhos de famílias migrantes, que chegaram há algum tempo ou mais recentemente à cidade, necessitando, por isso, do investimento no conhecimento da cultura campineira, de modo a serem integrados na cidade.